Período pode ter contribuído para duas mortes seguidas por ataque de abelhas
27/ 12/24
Por: Redação Veja Folha / CG News | MS
Somente no mês de dezembro, Mato Grosso do Sul registrou quatro graves ataques de abelhas, que resultaram em três mortes. Os casos aconteceram em áreas rurais de Nova Andradina, Sidrolândia e Camapuã. Nesse último, duas vítimas foram registradas no período de apenas cinco dias na mesma região.
Apicultor há 30 anos, Adriano Adames afirmou ao Campo Grande News que não pode concluir com exatidão o motivo de cada ataque, mas acredita que todas as ocorrências são frutos de acidentes.
“Pelas informações, nesse último ataque tinha abelha em algum arbusto e, quando a vítima passou com o trator, pode ter empurrado o enxame, deixando elas agitadas”, disse.
Além disso, outro fator para o considerável número de ataque tem como causa provável o final da primavera e início do verão, pois nessa época, as colmeias costumam ficar superpopulosas, uma vez que há mais produção de mel no período da florada, além de se reproduzirem mais também.
“Se você bater numa colmeia dessas, ela vai estar mais cheia e a chance de ser ferroado mais vezes aumenta também”, afirmou.
Em casos de ataque, Adriano recomenda que a pessoa corra o mais rápido possível e procure um abrigo, como casa ou carro, para fugir dos insetos. Entretanto, o profissional orienta que a pessoa alvo das ferroadas não corra para rios ou lagos, pois isso pode agravar ainda mais a situação.
Se você pular na água, as abelhas continuarão atrás de você e vão ficar sobrevoando a superfície. Uma hora você precisará subir novamente para respirar e o ataque pode voltar a acontecer. O recomendado é correr entre arbustos e árvores, em zigue-zague, para que os insetos fiquem presos nas folhas e galhos”, recomendou.
Na situação em que o ataque ocorra em campo aberto, a orientação é correr o mais rápido possível e matar o menor número possível de abelhas, para evitar provocar ainda mais os insetos.
Os casos – Neste mês, o primeiro caso registrado foi no dia 1 de dezembro, quando um menino de apenas 11 anos foi ferroado mais de 1.100 vezes, em Sidrolândia. O garoto foi socorrido em estado grave e encaminhado ao Hospital Regional de Campo Grande, onde foi internado e intubado. Ele precisou passar por hemodiálise e conseguiu sobreviver.
Dois dias depois, no dia 3 dezembro, Rafael Casemiro, de 38 anos, fugia de abordagem da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e entrou em uma área rural, passando a ser atacado por abelhas que estavam em uma árvore.
Recusando a se entregar aos policiais, preferiu ser ferroado pelos insetos e acabou morrendo no local. O Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar o resgate da vítima, que ficou caída em meio à revoada das abelhas.
Já o terceiro caso foi registrado em Camapuã, no dia 21 de dezembro. Ednei Cláudio de Oliveira, de 48 anos, trabalhava na fazenda com um trator, quando foi surpreendido pelas abelhas. A vítima foi socorrida em estado grave pelo Corpo de Bombeiros, mas como possuía histórico de alergia à picada de insetos, o quadro se agravou e Ednei acabou morrendo.
Cinco dias depois, Ricardo Arantes Junior também não sobreviveu após ser atacado por enxame, na propriedade rural onde trabalhava. Ele também manuseava um trator no momento em que foi picado, assim como possuía alergia a insetos. O caso aconteceu na manhã dessa quinta-feira (26).
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