Por: Redação Veja Folha | MS
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alertou no Plano da Operação Energética 2025-2029 que o Brasil corre o risco de não ter potência suficiente para atender à demanda nos horários de maior consumo, especialmente no fim da tarde, já a partir do próximo ano.
Entre as soluções propostas está a possível volta do Horário de Verão, suspenso desde 2019, e a contratação emergencial de usinas térmicas flexíveis para evitar apagões.
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O problema não está na capacidade total de geração, mas na disponibilidade de energia no momento em que o sol se põe e a população liga chuveiros, ar-condicionado e luzes simultaneamente. Enquanto fontes renováveis, como solar e eólica, já respondem por quase um terço da matriz energética, elas não suprem a demanda quando não há sol ou vento. Nesses momentos, apenas hidrelétricas e térmicas conseguem responder rapidamente — e as hidrelétricas já operam no limite.
Sem novas usinas de reserva rápida (como as movidas a gás ou biomassa), o ONS prevê que o sistema terá de acionar térmicas caras com mais frequência, o que pode elevar as tarifas para os consumidores. A solução temporária seria o retorno do Horário de Verão, adiantando os relógios em uma hora para reduzir a demanda no início da noite.
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O ONS reforça a necessidade de leilões anuais de potência para contratar usinas que garantam energia firme nos horários críticos. Um leilão previsto para agosto de 2024 foi cancelado após disputa judicial, e o Ministério de Minas e Energia ainda não definiu novas regras. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirma estar pronta para realizar a licitação assim que receber orientações.
O relatório aponta que, sem medidas urgentes, o Brasil pode enfrentar risco contínuo de falta de energia entre 2026 e 2029, especialmente com a chegada de grandes consumidores noturnos, como datacenters e usinas de hidrogênio verde. Apesar dos planos de adicionar 36 gigawatts à matriz até 2029 — um terço deles solar —, a operação noturna ainda dependerá de fontes flexíveis e térmicas.
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