Obra de ampliação de escola em São Gabriel é demolida após gastos R$ 476 mil

Por: Redação Veja Folha | São Gabriel do Oeste

A obra de construção de ampliação da escola Ênio Carlos Bortolini, em São Gabriel do Oeste, não chegou a ser finalizada e foi demolida pela Prefeitura por falhas na estrutura. Seis salas de aulas deveriam ser construídas para abrigar a demanda de alunos da região.

De acordo com informações apuradas, foram gastos R$ 476.113,46. Valor que precisou ser devolvido pelo Município para o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), já que a obra contava com recursos federais.

Em nota, a Prefeitura afirmou que todas as medidas administrativas e jurídicas a respeito da obra de ampliação da Escola Ênio Carlos Bortolini foram tomadas e estão sendo apuradas conforme o trâmite legal.

Primeira placa da construção instalada na obra. Foto: Arquivo

De acordo com a Secretaria de Educação, a obra foi iniciada em 2018 e engenheiros do FNDE constataram problemas em relação a vigas e pilares de sustentação. A empresa executora foi notificada e ao passar do tempo abandonou a obra.

Ainda conforme a pasta, uma nova licitação foi realizada em 2020 e os engenheiros da empresa vencedora detectaram que a obra não possuía base estrutural para que fosse possível continuar a obra. A empresa demonstrou desinteresse em continuar e solicitou a rescisão contratual.

O Município ainda contratou uma empresa para atestar a qualidade da obra, a qual emitiu laudo condenando a estrutura.

Empresa contratada emitiu laudo técnico condenando a obra. Foto: Arquivo

Durante sessão na Câmara nesta terça-feira (7), vereadores fizeram questionamentos sobre a construção e a demolição da obra.

A vereadora Kálicia de Brito afirmou que “É importante salientar que a Prefeitura tomou as medidas cabíveis em relação a obra e que o engenheiro responsável e o fiscal de obra devem sim responder pelos atos”.

O vereador Ramão Gomes disse que “é a primeira vez, que recordo da demolição de uma obra a nível federal e a repercussão é ruim. A responsabilidade é de quem esteve fiscalizando a obra”.

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Já Rogério Rohr foi mais enfático. “Pra mim é falta de competência. Me corta o coração ver uma pá carregadeira demolindo a obra”, disse.

Vagner Trindade afirmou que “a obra era o sonho de pais verem os filhos estudando na escola e não vão ver mais. Isso vai ficar na história”.

Edson Tozetto disse que é preciso investigar. “Estamos aqui para investigar e ver certo o que aconteceu, ver as planilhas e não deixar esse assunto passar em branco. Nossa cidade está crescendo, precisamos de creches, salas de aula”.

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Para o Presidente da Câmara, Fernando Rocha, é preciso ter atenção e cuidado em todas as fases de obras. “Lamento a demolição da obra, foram recursos perdidos e alguém deverá ser responsabilizado. Há de se ter cuidado em todas as fases da obra”.

A reportagem tentou contato com a Barce Construções, empresa que começou a obra de ampliação da escola, mas as ligações não foram atendidas.

A Secretária de Educação, Danielle Souza Emiliani, afirmou que já há outro planejamento para o local. Uma quadra coberta será construída, além de instalação de parquinho, reorganização das salas modulares instaladas na escola e implantação do espaço Maker.

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