MPMS recomenda 'derrubar' 8 das denúncias contra Marquinhos por supostos crimes sexuais

3/ 09/22
Foto: Henrique Arakaki
Polícia Civil
Um parecer do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) é favorável ao trancamento parcial do inquérito policial que apura denúncias de crimes sexuais contra o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, candidato a governador de MS pelo PSD.
Na prática, a medida, pedida pela defesa do político, deve ‘derrubar’ 8 das denúncias que o envolvem em supostos crimes de assédio sexual.
São casos em que não foram identificados crimes ou nos quais os ilícitos já prescreveram, segundo publicou o Jornal Midiamax.
O parecer foi assinado em 24 de agosto pelo promotor de Justiça Alexandre Capiberibe Saldanha.
Até o momento, tramitam dois inquéritos policiais sobre as denúncias: o inicial com relatos feitos por ao menos 15 vítimas de supostos crimes sexuais, e outro sobre coerção de testemunhas, que levou à prisão de ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande.
Saldanha pontuou caso a caso, sendo que em 6 depoimentos ele identificou situações onde achou que cabe atender o pedido da defesa de Marquinhos, para trancar o inquérito policial.
Como os relatos, que surgiram todos desde o mês de julho, se referem a fatos que teriam ocorrido há vários anos, como em 2005 ou 2013, os supostos crimes denunciados já teriam prescrito.
Marquinhos Trad (PSD) admitiu que cometeu adultério com ao menos duas das denunciantes enquanto era prefeito de Campo Grande, mas nega os crimes sexuais. Já em 2018 uma denúncia envolvendo suposto assédio contra uma menor aprendiz da Prefeitura chegou ao conhecimento da polícia civil.
Na época, o caso acabou arquivado e a jovem, conforme apurado pelo Jornal Midiamax, ganhou um cargo sem concurso público no gabinete da Prefeitura de Campo Grande.
No entanto, Marquinhos Trad alega que tudo seria parte de uma ‘armação política’ para prejudicar a candidatura dele a governador de Mato Grosso do Sul após uma discussão por whatsapp com o secretário de estado de Segurança, Carlos Videira.
Já em outros dois casos, o promotor entendeu que não houve crime praticado pelo atual candidato ao Governo contra as vítimas. Ao todo, a defesa pediu o trancamento da ação contra 10 vítimas.
Apesar disso, a investigação policial vai continuar sobre outras vítimas que procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
Inquérito desmembrado e prisão de ex-servidor
ex-servidor preso em investigações contra Marquinhos
(Marcos Ermínio, Midiamax)
Na quarta-feira (31), um ex-servidor de 36 anos foi preso pela Deam, por meio de cumprimento de mandado de prisão. Ele é investigado em um inquérito policial desmembrado do inquérito principal, que apura crimes de natureza sexual que teriam sido cometidos por Marquinhos Trad.
Conforme o Midiamax apurou, o homem é acusado de coagir testemunha a ‘voltar atrás’ em depoimento prestado no inquérito que investiga as denúncias de assédio sexual. O suspeito teria procurado uma das testemunhas ouvidas no caso e a convencido a ‘desmentir’ o depoimento prestado. Assim, ela teria sido levada a um cartório, onde documento foi assinado, relatando o contrário do que tinha sido dito anteriormente à polícia.
O fato se assemelha ao da adolescente, ex-mirim, que também ‘desistiu’ de denúncia por assédio contra o ex-prefeito. O caso foi denunciado inicialmente em 2018 e noticiado após os outros relatos de assédio virem à tona, em julho deste ano. A jovem chegou a afirmar que tinha documento assinado em cartório relatando que o assédio não teria acontecido.
Coagiu testemunha a mudar depoimento
O homem preso nesta quarta-feira responde pelos crimes de coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunha e ainda favorecimento à prostituição. Mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa do acusado e também no ‘comércio’, que seria uma casa de prostituição.
Testemunha relatou ao Midiamax que, com o homem, foi apreendido material de campanha do candidato ao Governo Marquinhos Trad. Outros objetos como celulares foram apreendidos pela polícia. Além da casa de prostituição, o homem também é dono de um site, usado para favorecimento à prostituição.
O nome do servidor não foi divulgado, mas informações são de que em julho de 2021, ele foi exonerado. O ex-servidor foi nomeado em fevereiro de 2017, como gestor de projeto na Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos e depois atuou como gestor de projeto no gabinete do ex-prefeito até julho de 2021, quando foi exonerado.
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