Médicos defendem ampliação da mamografia de rastreamento para mulheres a partir dos 40 anos

5/ 03/25
Teste de mamografia realizado na Campanha Outubro Rosa. Foto: José Cruz, da Agência Brasil
Mamografia
Por: Redação Veja Folha / CG News |  MS
Entidades médicas apresentaram à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) um parecer que recomenda a realização da mamografia de rastreamento para todas as mulheres entre 40 e 74 anos. O documento, que pode influenciar as políticas de prevenção ao câncer de mama nos planos de saúde, foi elaborado por especialistas que alertam para a necessidade de ampliar a faixa etária do exame, atualmente recomendado para mulheres de 50 a 69 anos.
Em Campo Grande, os números reforçam a importância da discussão. Nos últimos 10 anos, foram diagnosticados 1,6 mil casos de câncer de mama na capital sul-mato-grossense. Apenas em 2023, 223 mulheres receberam o diagnóstico, o que representa mais da metade da estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para o ano, que era de 390 casos.
A ANS lançou, em dezembro, uma consulta pública para receber contribuições sobre o programa de prevenção ao câncer de mama, além de divulgar uma cartilha preliminar com orientações para os planos de saúde que buscam certificação. No entanto, as propostas geraram protestos de entidades médicas, que discordam das regras sugeridas.
Entre as entidades que apoiam a ampliação da faixa etária para a mamografia estão o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. O grupo argumenta que, em 2023, 22% das mulheres que morreram por câncer de mama no Brasil tinham menos de 50 anos, enquanto 34% tinham mais de 70. Além disso, especialistas destacam que o número de casos tem crescido entre mulheres mais jovens, com tumores geralmente mais agressivos e maior risco de metástase.
Outro dado preocupante é que, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), menos de 60% das mulheres de 50 a 69 anos haviam realizado mamografia nos dois anos anteriores à entrevista.
As entidades médicas também expressam preocupação com a possibilidade de os planos de saúde negarem exames de rotina para mulheres fora da faixa etária recomendada, mesmo quando cobertos pelo rol obrigatório. A ANS ainda não se pronunciou sobre as contribuições recebidas durante a consulta pública, mas a discussão deve seguir em pauta diante dos números alarmantes e da necessidade de ampliar o acesso à prevenção.
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