

Por: Redação Veja Folha | MS
Com atenção, os policiais militares fazem a ronda no quarteirão da escola. As luzes ligadas, identificam de longe o veículo policial. Assim tem sido cada vez mais frequente a presença de policiais militares nas escolas em Mato Grosso do Sul.
Em São Gabriel do Oeste é eles estão sempre próximos das unidades escolares observando a movimentação.
Para os alunos, estar na presença da equipe da Polícia Militar não causa qualquer tipo de incomodo. Fica claro que todos estão acostumados com a presença uns dos outros, dentro e fora da escola.
“A gente cria um laço de amizade com os alunos. Me chamam para os eventos da escola. O último que participei foi a Feira dos Conhecimentos, porque tem várias disciplinas envolvidas. Agora não é mais Feira de Ciências, já me ensinaram. Eles só querem atenção, e aceitam serem orientados. É o que estamos fazendo”, disse o sargento F. Pires, que já se tornou anjo da guarda e padrinho da turma do futebol de uma das escolas onde atua em Campo Grande.
A equipe do time de futebol da EE José Mamede de Aquino, no Jardim Aeroporto, ao lado dos policiais militares que presentearam os alunos com o novo uniforme
A promoção deste ambiente favorável nas unidades de Ensino e também no entorno das escolas, é um dos resultados já alcançados no programa “Escola Segura, Família Forte”.
Com rondas no entorno das escolas e atuação nas salas de aula, os policiais participam de palestras, orientações e resolução de conflitos, e se tornaram parte da rotina. “A gente consegue falar de assuntos diversos com eles. E somos um apoio para os diretores, assim eles podem se concentrar na administração da escola e no ensino, que é o papel deles, e nós cuidamos da segurança e prevenção, que é a nossa responsabilidade”, disse o sargento.
Com 280 alunos que estudam do 1° ao 3° ano do ensino médio, em tempo integral, o diretor Paulo Castaldelli, da Escola Estadual Amélio de Carvalho Baís – no Coophatrabalho –, confirma que a presença dos policiais contribui para a segurança na unidade e no entorno. “Temos um grupo de policiais muito preparado. Eles sabem trabalhar com a juventude. E estão presentes na escola de maneira frequente e preventiva, com isso tem diminuído muito as ações necessárias de forma repressiva”.
O sargento Fortes atua na Ronda Escolar e pontua as melhorias já observadas
A aluna Izabelli Fernandes, acredita na importância da atuação policial dentro e fora da escola
Diretor Paulo Castaldelli, afirma que a presença da PM contribui para a melhoria do ambiente escolar
Iasmin Calazans é mãe de Nina, 11 anos, que faz o 6° ano do ensino fundamental na Escola Estadual Maria Constança Barros Machado, acompanha de perto a segurança da filha na escola e está satisfeita com as rondas realizadas na região, conhecida por ser área de circulação de adictos. “Vejo a polícia com frequência, tanto na porta da escola quando fazendo ronda”.
E o cuidado com os alunos é em todo o trajeto, de ida e volta para a escola, e especialmente nos pontos de ônibus. “Eu cuido o tempo todo. Quando entra e quanto sai da escola. Se está indo pegar o ônibus, ou vai a pé para outro lugar, eu sempre oriento a não andar sozinho. Ir de turma porque assim um cuida do outro. E os policiais estão sempre por aqui cuidando também”, garante a agente de controle de acesso da escola, Joana Mara Rocha.
“Os diretores solicitam quando identificam algum problema, dentro ou fora da escola. E mesmo que não chamem a gente faz as rondas e visitas regulares no entorno, damos orientações. A nossa atuação é sempre buscando a prevenção. E quando tem necessidade a gente faz repreensão também, conduz e dá o encaminhamento burocrático”, explicou o sargento Carlos Fontes, que também atua em uma das viaturas da “Ronda Escolar”.
Com técnicas específicas, os policiais conseguem transmitir a mensagem, e ainda estão preparados para receber qualquer tipo de denúncia. “A presença da polícia é muito importante para a segurança da escola. E também auxilia nas denúncias e na identificação de pessoas que sofrem qualquer tipo de violência, em especial a doméstica e contra a mulher”, disse a presidente do Grêmio Estudantil, Izabelli Fernandes.
“Tem muita gente nas escolas que convive com violência, e precisam de ajuda”, afirmou o aluno José Maria Bento Neto, 17 anos. “Se alguém não denunciou por medo, e tem gente que não fala, esta é uma oportunidade”, disse a também aluna, Hermione Mendes, 17 anos.
Com atuação no interior do Estado, a sargento Jaqueline Frazão, confirma que já recebeu denúncias de alunos dentro da escola, logo após uma palestra educativa. “Antigamente a polícia dava mais ênfase para as ocorrências na rua, havia um distanciamento do policial para a comunidade. Algumas ações como o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas) e a Ronda Escolar, trouxe uma proximidade. E os policiais podem atuar com orientação em diversos temas. Agora existe uma proximidade, amizade, a gente cria vínculo e fica mais fácil dos alunos denunciarem qualquer problema, eles confiam e falam”.
Responsável pelo “Escola Segura, Família Forte”, na Polícia Militar, a tenente-coronel Letícia Raquel Lopes, mantém o cronograma diário de visitas e rondas nas unidades escolares. “A interação com a direção, palestras, orientação, tudo isso faz parte das funções dos policias militares que atuam nas escolas. Sempre de forma preventiva”.
Em Campo Grande, todas as 78 escolas da Rede Estadual de Ensino são atendidas pelo “Escola Segura, Família Forte”, e a partir de 2024 a previsão é de expandir o programa para as maiores cidades do interior do Estado. “Estamos na fase de planejamento para implantar em Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá”, afirmou o coordenador do programa na Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), Valson Campos dos Anjos.
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