Por: Redação Veja Folha / Agência Estado | MS
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta segunda-feira (21) qualquer responsabilidade ou relação com o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a todos os produtos brasileiros. A medida foi anunciada há duas semanas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, com quem Bolsonaro manteve relação próxima durante seus mandatos.
“Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar na gente os 50%. Mentira”, afirmou Bolsonaro em entrevista à jornalista Andréia Sadi, do G1. Ele também declarou não ter contato com autoridades americanas.
As declarações contrastam com o posicionamento anterior da família Bolsonaro, que, desde o anúncio da tarifa no último dia 9, vinha sugerindo articulação para reverter a medida. Na ocasião, Trump enviou uma carta oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicando a aplicação das tarifas e citando como justificativa o suposto tratamento dado ao ex-presidente Bolsonaro pelo Judiciário brasileiro, além de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo empresas americanas de tecnologia.
Dois dias antes da carta, Trump já havia declarado publicamente que Bolsonaro sofria “perseguição política” e mencionou uma “caça às bruxas” contra o aliado.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente vive nos Estados Unidos, chegou a se colocar à disposição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para levar propostas brasileiras a negociadores norte-americanos. Porém, ao ser questionado sobre essa movimentação, o ex-presidente foi direto: “O Eduardo não pode falar em nome do governo brasileiro.”
Apesar de negar envolvimento, Bolsonaro voltou a sugerir que poderia ter influência em uma possível reaproximação com Trump. “Acho que teria sucesso numa audiência com o presidente Trump. Estou à disposição. Se me derem um passaporte, negocio”, afirmou, referindo-se às restrições judiciais que enfrenta no Brasil.
Na última sexta-feira (18), Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica e está submetido a medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações sobre tentativa de golpe e uso indevido da estrutura do Estado durante seu governo.
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