38% das lavouras sul-mato-grossenses de soja foram afetadas pela seca; regiões sul e fronteira são as mais atingidas

24/ 01/25
Lavoura com plantação de soja. Foto: Arquivo / Aprosoja
Soja
Por: Redação Veja Folha |  MS
Pelo menos 1,730 milhão de hectares ocupados com soja em Mato Grosso do Sul foram afetados pela falta de chuva nos últimos meses do ano passado. A área representa 38% dos 4,501 milhões de hectares plantados na safra 2024/2025. A quebra na produção estadual é considerada irreversível.
Boletim elaborado nesta semana pelos técnicos do Projeto Siga-MS, da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho), revela que a baixa precipitação impactou principalmente os municípios da região sul do estado, onde pelo menos 30 deles terão produtividade abaixo da média estadual estimada. Amambai tem o quadro mais crítico (leia abaixo).
As visitas feitas pelos técnicos para obter informações sobre as condições de desenvolvimento da soja revelaram que a média estadual é positiva, com 61,6% das lavouras em boas condições (veja a tabela abaixo). Entretanto, a situação é grave nas regiões sul e fronteira com o Paraguai, onde a soma dos quesitos “ruim” e “regular” supera o percentual de “bom”.
O boletim do Siga-MS aponta 30 dias de seca moderada, com poucas chuvas variando entre 1,4 mm e 66,6 mm, e 10 dias de seca severa, sem precipitações, na região sul. As lavouras mais atingidas são as plantadas entre setembro e meados de outubro.
“Houve chuva com bons acumulados na região sul entre os dias 18 e 20/01/2025, entretanto, é preciso que voltem a ser frequentes para continuar a manutenção do desenvolvimento da soja. Se a previsão de 16 dias se confirmar, espera-se volumes de até 178 mm para a região sul, o que ainda pode salvar muitas lavouras que não iniciaram o período de enchimento de grãos, especialmente aquelas implantadas em outubro e novembro”, cita trecho do boletim da Aprosoja.
Na região sul, formada por Itaporã, Douradina, Dourados, Deodápolis, Angélica, Ivinhema, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Vicentina, Caarapó e Juti, 31,1% das lavouras são consideradas boas, 37,7% estão regulares e 31,2% estão ruins.
Já na região sul-fronteira, formada por Aral Moreira, Amambai, Coronel Sapucaia, Tacuru, Paranhos e Sete Quedas, 44,6% das lavouras estão ruins, 25,2% estão regulares e 30,2% estão boas.
Para ser classificada como “ruim”, a lavoura deve apresentar diversos critérios negativos, tais como alta infestação de pragas ou falhas no estande de plantas, desfolhamento excessivo, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, entre outros defeitos que causem perdas significativas de produtividade.
A classificação “regular” é atribuída a lavouras que apresentam poucos problemas relacionados a pragas, estande de plantas razoável e pequeno amarelamento das plantas em desenvolvimento. Já a classificação “boa” é dada a lavouras que não possuem plantas saudáveis.
Conforme a Aprosoja, pelo menos 30 municípios estão abaixo da produtividade média estadual estimada.
Estão nessa condição as lavouras de Amambai, Iguatemi, Tacuru, Glória de Dourados, Coronel Sapucaia, Vicentina, Fátima do Sul, Paranhos, Ivinhema, Deodápolis, Mundo Novo, Bela Vista, Jardim, Caarapó, Juti, Bataguassu, Dourados, Douradina, Taquarussu, Anaurilândia, Eldorado, Aquidauana, Sete Quedas, Caracol, Angélica, Japorã, Dois irmãos do Buriti, Jateí, Batayporã e Nova Alvorada do Sul.
Ainda de acordo com os dados, em 17 de janeiro, 55% das lavouras estavam nos estádios fenológicos mais críticos, divididas em 23% em enchimento de grãos, 29% com grãos cheios e 3% no início da maturação – grande parte na região sul.
Devido à quebra já esperada na safra de soja por causa da estiagem, o município de Amambai já discute decreto de situação de emergência. Outros municípios impactados pela falta de chuva ainda estudam medidas semelhantes.
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