Avião fez três voos antes de acidente e tentou pouso após horário permitido

24/09/2025 18:40
Aeronave ficou completamente destruída. Foto: Divulgação
Acidente avião
Por: Redação Veja Folha / CG News |  MS
A delegada Ana Cláudia Medina, do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), revelou nesta terça-feira (24) que a aeronave envolvida no acidente que matou cinco pessoas no Pantanal realizou três voos ontem (23). Segundo ela, os deslocamentos começaram às 7h da manhã e o último pouso ocorreu após as 18h, em horário não autorizado para a pista.
“Eles fizeram três deslocamentos aéreos para fazendas da região e, já no fim do dia, retornavam à pousada. O pouso foi feito depois das 18 horas, quando o permitido era até 17h39, com o pôr do sol. A pista é operada apenas por visual, e essa condição pode ter atrapalhado a visibilidade”, afirmou Medina.
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A delegada sustentou ainda que a responsabilidade por verificar o horário correto do pouso seria do piloto, Marcelo Pereira Barros, que morreu no acidente junto com os cineastas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Júnior e o arquiteto chinês Kongjian Yu.
De acordo com testemunhas ouvidas pela polícia, o piloto não conseguiu alinhar a aeronave no primeiro pouso e precisou arremeter. Na segunda tentativa, moradores perderam a visão do avião e, em seguida, avistaram a fumaça que indicava a queda. Os destroços foram encontrados com todas as vítimas fatais a bordo.
As equipes de resgate atuaram ainda na madrugada de hoje para retirar os corpos carbonizados e já acionaram familiares para coleta de material genético, necessária na identificação formal. “Mesmo sem dúvida sobre quem estava a bordo, o estado dos corpos exige confronto genético”, explicou a delegada.
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A investigação também apura em quais condições a aeronave foi contratada, já que ela não tinha autorização para realizar transporte remunerado de passageiros. O CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) deve chegar ao local nesta quarta-feira (24) para aprofundar a perícia sobre as causas do acidente.
O local da queda, a Fazenda Barra Mansa, restringe o acesso à imprensa e apenas autoridades têm permissão para chegar ao local do acidente. O administrador da pousada, Renato Rondon, trabalha em uma emissora de televisão em São Paulo.
O acidente – A queda ocorreu no final da tarde de terça-feira (23). Há suspeita de que o piloto tenha tentado uma arremetida, manobra em que o pouso é interrompido para nova subida, mas a aeronave perdeu altitude e explodiu ao atingir o solo.
A Fazenda Barra Mansa, onde fica a pousada, foi fechada para a perícia. O local dispõe de estrutura de alto padrão e possui pista de pouso considerada modelo, pois passou meses recebendo profissionais envolvidos nas gravações da novela Pantanal, em 2022.
Os responsáveis pela pousada lamentaram o acidente e informaram que “a aeronave envolvida no acidente não fazia parte dos serviços oferecidos pela Fazenda ou pela Pousada Barra Mansa, tratando-se de um voo particular”.
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