

Por: Redação Veja Folha / CG News | MS
Operação deflagrada na última terça-feira (1º) pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), com apoio da Força Nacional e Polícia Civil, resultou na apreensão de 202 quilos de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai. Os produtos estavam armazenados ilegalmente em depósitos clandestinos no interior de uma fazenda localizada em área já reconhecida oficialmente como Terra Indígena Guyraroka, no município de Caarapó.
A ação foi coordenada pelo MPF (Ministério Público Federal) com base em denúncias sobre o armazenamento irregular de produtos químicos em meio à mata fechada, dentro de reserva legal e zona de proteção ambiental. Após diligências realizadas pelos fiscais do Ibama e pelas equipes da Força Nacional, o crime ambiental foi confirmado.
De acordo com os agentes envolvidos, o acesso a um dos pontos de estocagem só foi possível com o uso de trator, dada a densidade da vegetação e a tentativa dos responsáveis de camuflar os depósitos com o objetivo de burlar a fiscalização. Os agrotóxicos ilegais, de origem paraguaia, foram devidamente identificados, quantificados e encaminhados à Receita Federal. A Polícia Federal agora assume as investigações criminais relacionadas ao crime de contrabando.
O Ibama apura a responsabilidade do proprietário da fazenda onde os produtos foram encontrados. O órgão aplicou multas que somam R$ 875 mil e poderá adotar medidas adicionais como o embargo das lavouras e a apreensão da produção agrícola de milho cultivada com uso de substâncias ilegais.
Segundo os órgãos federais, a operação tem como objetivo principal proteger os direitos dos povos indígenas e garantir a segurança das terras já declaradas como indígenas, mas que ainda permanecem ocupadas por propriedades rurais.
A TI Guyraroka, habitada pelo povo Guarani Kaiowá, é uma dessas áreas que seguem sob constante ameaça e pressão do agronegócio regional, inclusive com denúncias recorrentes de pulverização aérea irregular de agrotóxicos nas proximidades das aldeias. A área, declarada oficialmente pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), está em processo de demarcação, mas segue ocupada por fazendeiros, cenário que contribui para frequentes conflitos fundiários e ambientais na região.
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