

Por: Redação Veja Folha / Correio do Estado | MS
O atraso das chuvas provocado pela influência do El Niño em Mato Grosso do Sul pode impactar a produtividade da soja.
Conforme projeção do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga-MS), para o ciclo 2023/2024, são esperados 13,8 milhões de toneladas de produção, queda de 8% em comparação com o recorde de 15 milhões de toneladas da safra 2022/2023.
De acordo com o pesquisador agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Éder Comunello, o fenômeno pode impactar negativamente o setor.
“Em Mato Grosso do Sul, a principal cultura a ser implantada no momento é a soja. Apesar de sua rusticidade e plasticidade, os efeitos indesejáveis do El Niño, como o atraso das chuvas e a ocorrência de ondas de calor, podem comprometer a viabilidade das lavouras ou pelo menos reduzir os ganhos do produtor”, enfatiza.
Após sete anos de sua última passagem pela Região Centro-Oeste, o El Niño eleva as temperaturas e o volume das chuvas, o evento climático ocorre em consequência do aquecimento das águas do Oceano Pacífico tropical, tendo efeitos significativos na agricultura.
“Apesar de a sua atuação ser benéfica para algumas culturas, como a soja, o evento também está associado a outros efeitos, como a irregularidade hídrica, o aumento das temperaturas e a ocorrência de veranicos, que podem prejudicar a produção agrícola”, reitera o agrometeorologista.
Conforme o Cemtec, nos primeiros 15 dias de outubro foram registrados os maiores volumes de chuva nas regiões centro-sul e leste do Estado. Nessas regiões, as chuvas estão acima da média histórica para o mês. Entretanto, na maior parte do Estado as chuvas encontram-se bem abaixo da média histórica.
Ainda assim, as entidades de monitoramento apostam em uma boa recuperação das chuvas na Região Centro-Oeste na virada deste mês, o que pode reduzir a escassez hídrica na região.
SAFRA
Dados do Siga-MS compilados pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) apontam que, na safra de soja 2023/2024, são projetados 13,818 milhões de toneladas. No ciclo passado, o Estado colheu recorde de 15,007 milhões de toneladas.
A colheita da supersafra do ano passado também não era estimada, a projeção inicial era de pouco mais de 13 milhões de toneladas para 2022, perto do cenário que se repete neste ano.
A Aprosoja-MS não descarta a possibilidade de supersafra, uma vez que é necessário considerar todos os últimos ciclos para a realização da média futura, fazendo com que os números sejam subestimados.
“Fazemos uma estimativa baseada na média histórica de cada região e vira uma média geométrica”, detalha o presidente da entidade, André Dobashi.
No data was found
Please select listing to show.
No data was found